Vaidade é um problema sério. Posso sublinhar esta afirmação, pois enquanto solto o “pozinho” que vocês leem, olho-me no fundo preto da edição de postagem do blog – minha imagem está refletida, se é esta a frase que explica a minha ação. Um cabelinho saiu atrás da orelha, a oleosidade do rosto, a sombra do nariz, as sobrancelhas mórbidas… Quem nunca se imaginou num ensaio fotográfico enquanto conversa sobre qualquer coisa com qualquer pessoa que atire a primeira pedra – e se atirar, droga, estou certamente ficando louca.
Quem aí se lembra do tempo em que contávamos fotos – doze exatamente – para hospedarmos naquela “redezinha social” que todos conhecem e ainda invocam, mesmo com uma concorrência invejável – tá bom, sem frescuras de não dizer o nome, quem aí nunca mediu a quantidade certa de fotos para postar no Orkut? E quem nunca deixou de pensar na pose certa para aplicar na sua foto de perfil? Comunidades, frases de status, scraps… Esse mundo parece tão distante - e ao mesmo tempo tão próximo! Como pode!?
O que quero dizer, no sentido mais cibernético da coisa, é que ainda somos muito voltados aos que outros pensam. Vejo isso por mim, pelas minhas imperfeições (que grifo, todos têm). Questões de popularidade mesmo, saber se tem alguém disposto a inflar meu ego – e esqueço-me de pensar que se inflarem demais, o pobre pode sair voando sem amarrar a “rabiola” e soltando o ar tão sofrido que ganhou. Sim, sou vaidosa, todos somos e posso dizer isso com certeza única e absurda. Queremos olhares, comentários, elogios, até cantadas de bar xexelento nos serve como combustível para a nossa “superioridade imaginária”. Criamos frases de efeito e gritos de guerra, perdemos tempo na frente do espelho, aparamos detalhes que a maioria nem percebe – ou percebe, porque se podemos nos arrasar com opiniões totalmente destrutivas, por que os outros não podem? Ah, mas existem casos que merecem atenção… Aquele certo olhar a metros ou quilômetros de distância, aquele impacto ocular que lhe tira o sono só de ser forjado na mente, aquele doce piscar de cílios, pupilas que trabalham para expelir expressões distintas e com poderes sobrenaturais – codificam ou descodificam com facilidade tamanha. É desse olhar que digo, dessa intenção de estar pleno, de se sentir pleno no espelho para que o outro sinta e admire sua plenitude, a ponto de causar inveja ou conquistar e aproximar, no modo mais exclusivo da situação. Ou seja, na maioria dos casos fazemos para nos sentir bem – ora, só nos sentiremos bem se “atazanarmos” (envolvermos, em certas ocasiões) o próximo – ou distante - certo?
Não discrimino a vaidade. É pecado, é julgado e aquela coisa toda, mas na minha perspectiva, é algo tão velho quanto o ser humano – ou vai dizer que o “primatão” da vida não se preparava para atiçar seu alvo? A vaidade move essa gerigonça antes de qualquer coisa, se já pararam para pensar. Moveu a mente do carinha que apostou todas as suas fichas quando inventou o telefone – e do outro, que munido de créditos e fontes históricas, criou o celular. A vaidade de um homem, de um país, de um momento… Ser vaidoso já deixou de ser escolha há tempos, tornou-se imposição humana. Se você se cuida e cuida do seu lugarzinho majestoso no futuro, meu amigo, é mais do que aceito: é almejado e invejado. E é aquela história: é tentar ser igual ao outro, mas no fim das contas, quando ser o outro é chato e vazio, você decide ser você mesmo – sempre com a intençãozinha básica de atiçar quem você tentou ser.
Deus proteja os vaidosos. Se é que para nós cabe proteção – ou “Lei da Selva”!
#Descodifique-se!
*Acha que esse papo não terminou? Uai, vai que ele tem continuação…
Nenhum comentário:
Postar um comentário