terça-feira, 31 de maio de 2011

“Vanity” 2 – Término, conclusão ou qualquer outra explicação

Caminhando contra todos os princípios básicos que me sustentam ao postar nesse blog, dou continuidade ao post passado – este mesmo, sobre a vaidade, um dos pecados capitais. Sinto que não falei o suficiente… É que eu não estava devidamente inspirada. Mas agora, gripada e suficientemente pensativa, sinto que as forças da boa escrita me ajudarão a concluir minha “missão”.

Eu disse que vaidade é algo que desperta a nossa “superioridade imaginária”. É uma boa teoria, mas não posso dizer que é a melhor. Levemos em conta o fato de sermos tão imperfeitos e tão pouco preocupados realmente com o andar de nossas carruagens – sim, só nos preocupamos com o que realmente importa quando a necessidade faz o sapo pular. Aparar franjas e verificar se o hálito está agradável provavelmente não chega aos pés do que queremos realmente. Digo, temos prioridades obrigatórias (o pleonasmo aqui não é pleonasmo, é só pra dar uma enaltecida na coisa) , se é que posso qualificá-las de tal modo: acreditamos em futuros brilhantes, casa cheia e bem arrumada e viagens de férias para o exterior – ah, além do grande amor, mas essa é uma prioridade “ilegal” nas mentes humanas. Somos controlados pelo que tentamos controlar – será que alguém já ousou dizer isso? E assim vivemos, numa linha torta de melhorias pessoais que, de tão grandes e intensas, insistem em dominar o alheio, o que não é nosso. A beleza – aquela que eu citei do modo mais cibernético possível no post abaixo – é a arma mais indagável que conheço. Eu a uso, abuso da pobre e acabo abusando de mim mesma – explico-me. Sabe aquela coisa que chamam de bem-estar? Bom, essa ideia morre a partir do momento em que sentir-se bem não chama atenção. Venhamos e convenhamos, isso é um papo infundado. Se ser vaidoso é encontra formas variadas de se destacar, uau, todos somos. Então é uma boa hora de assumirmos nossa posição inegável.

O que quero dizer é bem simples: somos todos farinha do mesmo saco. Posso usar este blog inteiro para tentar explicar que nosso interior é profundo e merece mais atenção que o exterior, mas resumo minha tese da seguinte forma: o que há dentro de cada um de nós é insano, desvairado, imperfeito e incompreensível. Mas é lindo, meu amigo. É, pare para pensar: somos capazes de viver só com nossos enlouquecedores pensamentos? Não. Mas eles fazem a gasolina, o álcool, ou seja lá qual for o combustível flex que move nossas vidas, e que quebra nossos códigos. O pensamento humano não tem vestimenta: ele é tão cru que é abstrato, e sua concretização fica à parte. O batom vermelho do que os olhos veem é vivo, tem textura e impressiona. Mas o que o cérebro interpreta – ou a alma, sei lá – é uma cor forte, de desejo, de intenção secundária e de sedução – ou seja, “vem aqui que agora eu tô mandando”. Não entendeu? Eu “desenho”. Enganamos o corpo com impressões falsas de alcance à perfeição. Mas ainda não conseguimos enganar a alma, a consciência e a humanidade que sim, para nós, que vivemos neste planeta e que passamos por tudo que passamos, é inegável. O corpo se fere e sente dor, mas a dor da decepção de uma consciência é bem mais forte. A vaidade move nossos defeitos e fraquezas diversas, aquela coisa de inflar o ego que não cismarei em repetir. Não somos perfeitos, angelicais, bonequinhos de porcelana… Sai dessa, daqui a pouco vem aquela menina da tevê dizendo “aceite-se como você é, mas não deixe de comprar minha guitarrinha rosa e me imitar na frente do espelho enquanto tento cortar meus pulsos porque não aguento a droga da minha vida”. Fui radical demais? Serei mais ainda se você disser que não entendeu.

É isso. Sou vaidosa. Já quis ser a Nelly Furtado porque os olhos dela eram mais bonitos. Ou já quis ser a Angelina porque seus lábios eram mais chamativos. Uau, já quis ser até a seca da Gisele Bundchen só porque ela andava legal e tinha mais charme que eu. Hoje? Aos quinze anos e vinte mil vezes depois de cortar os cabelos? Noventa vezes depois de tentar me descrever em blogs nada sucedidos? Já estou muito impressionada comigo mesma.

Ainda quero aparecer. Quero ter o brilho de estrela que sinto ao ouvir “Why Georgia”, quero escalar montanhas (mentira, isso é metáfora de madrugada), quero gastar milhas, gastar dinheiro em quadros, conquistar pessoas que quero ao meu lado… E ainda me arrumo e me mascaro fingindo ser mais forte e mais “bonita” do que sou realmente. O resultado? Ah, a lembrança de que detesto usar este blog como portal de autoajuda.

Vaidade. Eu tenho, você tem… Eu quero ser de um jeito, todos temos ideias adversas do que somos e do que queremos ser, todos queremos ser diferentes  e encarar a vida majestosa do outro – ou ser melhor que o outro. Perdão, mas isso cansa. Cansa ser assim, agir assim, descompensadamente. Cansa acabar sofrendo. No dia que pararmos de confundir vaidade com força, talvez consigamos agir com mais maturidade. Mas enquanto isso, analiso meu futuro background no Twitter – ou o casaco que usarei amanhã.

Até quando?

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