domingo, 5 de setembro de 2010

Lua e luz.

Nos mil-tons, nas mil-cores
nas mil-faces que dominam a visão
Na sensação mais extrema entre os meus ganhos e seus horrores
Só resta a luz que engrandece a escuridão
Existe um céu infinito lá em cima
E o meu aqui em baixo, finito de sombras
Querendo iludir as cordas da minha voz
Com palavras açucaradas e redondas
Chega a lua, impávida como o calor
Seu brilho acalma a noite, abafa qualquer tipo de dor
Esse mesmo brilho junta os cacos do equilíbrio
Sua aquarela acelera o ritmo do coração
Sua luz faz a luz do sol parecer tão pequena...
E se estende por toda a noite essa cruel comparação
Seu branco tira a voz do choro ou do riso
Ao som do som do suspiro; vazio cheio de sim mesmo
Lacunas abertas se fazem vítimas de um desejo sombrio
Entre o fechar dos olhos e o mexer dos dedos
As mesmas respostas virão amanhã
Na mesma sombra, na mesma luz e seus feixes
Torço pra que chegue logo a manhã
Para que eu possa esperar a lua matar minha longa sede
Sede de um novo luar.

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