sábado, 3 de dezembro de 2011
Venhamos e convenhamos #1
Olá, caro amigo. Seja o que for, real ou imaginário… Será que pode me ler?
A semana? Ah, foi ótima. Cansativa. Muito. Vinte e quatro horas? Que nada… Muito pouco. Mas é aquilo, né? Não vale ficar só na reclamação.
Ah, os tempos têm sido agradáveis. Sabe, apareceu por aqui uma sensação de encaixe. Conheço-te bem, sei que levará minhas palavras para um lado oculto, guardadinho aí dentro de você… Sei que as converterá em podridão. Mas é o risco que corro, e que é bom correr de vez em quando. O duplo sentido não é tão ruim assim. É engraçado… Como se diz… Pitoresco. Adoro essa palavra.
Eu até que poderia fazer um resumo dos acontecimentos mais importantes, mas creio que meus neurônios não colaborarão. Tem um sax no meu ouvido me chamando de velha. E eu sei, meu caro, que você me diria o mesmo. Eu não sou velha. Acho que não. Não tomo vinho enquanto ajeito os óculos e me queixo dos homens. Nem uso óculos. Nem tomo vinho. Nem me queixo de ninguém. Só de uns imbecis aí… Mas já me acostumei com a imbecilidade humana. Você, por exemplo, é uma amostra grátis do que chamo de babaquice. Acho que te conheço, mas não sei quem você é. Nem sei se você existe. Porque tem vezes que a gente inventa as pessoas, ou adapta as que conhecemos. Adapta. Bem mentalmente.
Sabe, amanhã será um dia bem importante. Creio que vai chover, como tem sido nos últimos dias. Uma sensação de “futuro batendo na porta” me laçou. Acho que gosto disso. Acho que não. Detesto programar as coisas, você sabe. Aliás, você sabe também que odeio injustiça. Odeio, por exemplo, a porcaria da falta de tempo. E odeio o fato de ter que dormir tarde. Ah, como odeio hipocrisia, amiguinho. Sério, a vontade que dá é de esmagar a falsidade que vejo por aí. Mas tenho medo que isso faça de mim uma pessoa clichê. Logo, estou sendo hipócrita. Mas acalme-se. Não me odeio.
Menino, você viu o preço da ceia de Natal? Nem eu. Será que está pela hora da morte? Será que dá pra pagar no cartão? Ui, não sei. Só sei que tá difícil puxar assunto… Ando cansada, e feliz, amigo. Venhamos e convenhamos: alguma vez na vida a gente precisa se dar a alguma coisa. Sei lá, um sonho, um desejo, uma nova realidade… Penso que todas as vezes que imaginei que os meus planos não dariam certo só serviram para dar um nó na garganta. Cara, esqueci tua voz. Como ela deve estar agora? Fina? Grossa? Rouca? Ai, não sei… Só sei que a gente aprende a viver aos poucos. Vendo novela, vendo o marido matar o amante da mulher, vendo o filme do cara que fica doido, vendo a amiga chorando, vendo a família pirando, vendo tudo acontecendo… E eu mudando. E a gente mudando, companheiro. Como se não fosse nada. Como se viver fosse o veneno e o antídoto, a doença e a cura.
E então vivemos. Eu juntando uns trocados, você aí, perdido num imaginário que eu criei e larguei em algum lugar. Deixa que a gente decide como termina essa redação, como esse livro acaba, como essa frase morre. Deixa que a gente faz o resto virar começo. E o que a gente pode chamar de fim? Ainda não sei… Mas isso é papo pra mais de hora. A gente aprende também.
Mas é isso. Vamos rachar a conta?
(Ouça Frank Sinatra, The Way You Look Tonight)
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