Não é muito, é só um punhado mesmo. Achei dentro de mim, e
como resolvi praticar o desapego, repasso minha relíquia a quem dela
necessitar. Pode ser usado para fins sentimentalmente alheios, porque uma das
coisas mais valiosas deste mundo é alguém que se importe com o outro, seja o
outro quem for. Pode usar para consigo mesmo, quando a dor da carência se
tornar resistente a pílulas – mas não precisa usá-lo em TPMs.
Pode parecer pouco, mas já é alguma coisa. Um “como você
está” em dias como esse é indispensável. Compatível com telefonemas, e-mails,
cartas, torpedos (de celulares ou mísseis) e até mesmo com beijos na bochecha.
Só tenha cuidado: como já disse, é um punhadinho. E não se deve gastar o pouco
que se tem com besteiras. Portanto, só o use quando for questão de vida ou
morte.
Ah, avisos básicos: se quiser usar com outra pessoa, uau,
isso pode mudar o mundo. Quanto mais demonstrar que se importa com o próximo,
mais punhados de importância serão encontrados em fundos de armários, e talvez
mais punhados de importância sejam gerados, e talvez o mundo fique tão colorido
que eu não precise vender relíquias para pôr comida na mesa. Se quiser usar com
você mesmo, também pode mudar o mundo – mas minha sincera opinião diz que o
teor da mudança será menor, pois haverá um pouco de egoísmo em tal decisão. Afinal
de contas, o que é a autoestima perto de um mundo inteiro que já se perdeu, não
é mesmo?
Sobre posologia? Não sei como dosar a importância que damos
a nós ou aos outros. Se usar demais, pode se decepcionar; se usar de menos,
pode se arrepender. E se usar tudo de uma vez? Bom, ainda não conheço casos em
que overdoses tenham dado bom resultado.
Não faço desconto. A quantidade do artigo pode parecer
pequena, mas quando recebê-lo vai entender seu valor. Portanto, compre-o. Ou melhor, não compre-o – apenas receba-o como
um presente, e o dinheiro do suposto pagamento virá como uma singela doação.
Assim, você já se importa com outra pessoa sem usar a importância em pacote que
acabou de adquirir.
(Tumblr)
(Ouça Cry me a river, Diana Krall - ou Michael Bublé, você escolhe a voz)
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