sexta-feira, 27 de julho de 2012

O "todo mundo" e o carinha da esquina

Outro dia, vi um homem fazendo as unhas e alisando os cabelos. Foi uma cena tosca. Ficou mais bonito que eu. Ficou mais feminino que eu.
Revoltei-me. Entrei no salão e pedi um cabelo igual ao dele.
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Dia desses, vi duas mulheres se beijando. Tive vontade de vomitar... Não obrigue-me a ver esse tipo de sem-vergonhince. Era tosco, fétido, doentio... Beijei meu namorado e revidei. Era quente.
Tão quente que fomos multados. Disseram que atentado ao pudor dá cadeia.
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Nessa semana, vi um pretinho entrar numa loja de grife. O coitado queria comprar um tênis caríssimo – o bicho só faltava falar. Me bateu uma pena dele... Poxa, ia passar a maior vergonha. Então, abri minha carteira e procurei algumas notas para ajudá-lo.
Só tinha meu bilhete único que estava vencido.
O cidadão me emprestou o dinheiro da passagem. Ficou com pena de mim.
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Numa noite dessas, vi meu professor sair de uma boate com um cara. Esfregavam-se nojentamente. Tirei fotos e espalhei pela web.
Meu pai estava na foto. Me botou de castigo – afinal de contas, ninguém sabia que ele gostava da fruta.



Bichinha, sapata, pretinho... No fim das contas, é todo mundo igual a todo mundo. Todo mundo gosta do que todo mundo gosta. Todo mundo faz o que todo mundo faz.
Uma pena que "todo mundo" seja tão simbólico. 

P.S.:Ok, há apenas uma única diferença: uns gostam de futebol, outros, do Cabofriense Futebol Clube.

(Ouça Livin' la vida loca, Ricky Martin - E abuse da ironia, meu bem!)

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