Em algum momento eu devo ter dito o quanto detesto usar esse blog como portal de confissões – só que existem casos que são inevitáveis. Acalmem-se, esse post nada tem a ver com amor e seus problemas, até porque isso aqui não se chama Tumblr. Na verdade, o que você verá a partir do próximo parágrafo é fruto de uma autêntica - e nada normal imaginação: a minha, claro.
Tudo começou quando eu tinha cinco ou seis anos – ai, que saudade da época em que a única coisa que me preocupava era saber o lugar onde eu tinha deixado a minha escumadeira, tal objeto que eu fazia de microfone. E como eu já gostava de música, decidi criar uma forma de distingui-las, porque sempre fui meio avessa ao que chamamos de ritmos. Criança que era, decidi colorir as músicas que ouvia – tenho certeza que alguns desses grandes mestres da música são os verdadeiros “pioneiros” nessa teoria, mas dei minha adaptada que fez toda a diferença.
Antes que alguém feche a aba do meu blog e migre para o Twitter ou MegaCity, vou explicar a tal teoria nos míiinimos detalhes.
Pensemos numa música. Ok, se você está ouvindo alguma coisa agora, vamos aproveitar. Como não sei quem é você, vou usar o que estou ouvindo. Pensemos em… “Home”, do Michael Bublé. Musiquinha bonita, triste… Mas interessante, com uns toquezinhos meio franceses, meio americanos, bem Bublé. Se você conhece – como eu acredito que sim, já deve ter ouvido na novela – ótimo. Se não, segue o vídeo.
Escolhi essa música não apenas pelo fato de ser fã desse cara, mas porque ela é bem simples de se entender (“la ra ra rá, fácil de entender, difícil de explicar”… Sai pra lá, Vercillo). O violão, aquele clima todo… Bem original, bem leve, bem… azul. Azul escuro, quando dá aquela vontade de ficar deitado na cama e se sentir derrotado por algum sentimento. Tudo bem que o contexto da música é a saudade do cara… Tá aí. Azul combina muito com saudade. Escuro combina com saudade, certo?
Ok, sem mais profundidades. Testemos uma mais solar… Que tal “Easy”, com Lionel Richie? Sei que muitos vão discordar do meu “solar” quando me refiro a tal canção, mas dá pra ficar triste quando aquele piano vem com toda a força e diz que a música começou? Dá não.
E como as gravações com Lionel estão péssimas no YouTube, coube à Ivete Sangalo fazer o favor de cantar pra gente esse hit dos Commodores. Tudo bem que a versão da IS não ficou muito animada, mas não é de se jogar fora, pelo contrário.
Amarelo. Ok, uma faixa laranja, meio tristinha… Mas quando começa "I wanna be high, so high…”, o amarelo mostra ao que veio. Sei que é estranho falar assim, mas pensemos juntos: quem nunca deu um sentido “humano” a algo que aparentemente dispensa esse tipo de coisa? Uma espécie de sinestesia, venhamos e convenhamos. Se prestarmos atenção, temos o dom de colorir tudo o que ouvimos, baseado no tom da voz ou na harmonia dos instrumentos – como vivemos num mundo onde fones de ouvido são indispensáveis, vale sempre dar uma “aprofundada” no assunto, com o intuito de curtir mais ainda algo que a gente adora fazer, que é ouvir música. Colorir uma canção tem suas vantagens: você pode diferenciá-las não pelo ritmo ou suingue (que palavra mais horrível), e sim pela sensação que ela provoca. Se você ficou deprê com essa do Bublé, então você pode dizer que as músicas no tom AZUL ESCURO te deixam pra baixo, ou pensativo, você que sabe. Se você gostou da guitarra que aparece depois do refrão de “Easy”, então você gosta de músicas AMARELAS.
Agora vamos para mais um teste:
Ok, essa música não é tão “adorada” assim… Mas pensemos. Tom meio fechadinho, batida interessante, teclado atrevidinho, voz agridoce. Bom, só pelo nome já dá pra imaginar a cor, né? Cinza. Um pensamento acinzentado sobrevoa a mente de quem ouve essa música… Aliás, vai gostar de cinza assim hein, Adriana Calcanhoto! A diva dos acinzentamentos musicais, assim como Ana Carolina adora um “vermelho” nas suas músicas (“Quem de nós dois” é a vermelhidão em voz e violão).
O que mais me fascina ao ouvir uma música é a versatilidade que ela tem e que muitas vezes a gente não percebe – por isso é tão bom ouvir música com a mente vazia, assim a gente consegue enlouquecer junto com ela. Estar triste, pensativo, animado, decidido… Música também é humor. O que você houve condiz exatamente com o que você sente, com o que você quer. Por isso que tem tanta gente que diz que a música alimenta a alma – e acho que provei que isso não é mentira, certo? E não é mesmo. Pensar no poder que uma guitarra ou um simples violão pode exercer de uma canção para outra… Isso sim é mágico.
E para orientar os “interessados” nessa tese aqui exposta… Uma lista com cores e alguns exemplos de suas músicas condizentes. Ah, e vale dizer que existem várias outras cores no universo musical, então trate de pôr sua imaginação para trabalhar.
Amarelo: Easy – The Commodores
Morena – Los Hermanos
She will be loved – Maroon 5
Haven’t met you yet – Michael Bublé
Azul: Home – Michael Bublé
Secret – Maroon 5
You and Me – Dave Matthews Band
You and I both – Jason Mraz
Vermelho: Quem de nós dois – Ana Carolina
This love – Maroon 5
Losing Grip – Avril Lavigne
I don’t need no doctor – John Mayer
Cinza: Inverno – Adriana Calcanhoto
Incubus – I miss you
Everything – Michael Bublé
Tendo a lua – Paralamas do Sucesso
Tem muita gente que vai me chamar de louca depois desse post. Mas olha, até que faz sentido…
#Descodifique-se!
* Ah, e para as moças Thaís Castro e Thamyres Araújo, que desenrolaram esse papo de Alquimia Musical na hora do intervalo. Valeu!
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