domingo, 8 de maio de 2011

Jornalismo – 1ª parte

descodificadora do futuro

 

Digamos que 80% das pessoas que conheço acreditam que farei jornalismo – porque levo jeito, porque já fiz entrevistas ou simplesmente porque tenho um blog. E eu sempre tive vontade de seguir carreira na área – ok, a vontade não surgiu na infância como uma “luz divina” que diz exatamente o que devo fazer, porque naquela época até vendedora de loja eu queria ser. Mas acredito no meu talento para escrever, assim como acredito que todos devem acreditar no talento que possuem… Mas o papo aqui é sério.

Eu tento falar sobre esta profissão de uma maneira positiva, mas a dificuldade está sempre no meio do caminho. Apesar de vê-lo como meu “menino dos olhos”, não dá pra deixar de lado minha insatisfação com o caos ao qual o jornalismo se tornou. Desde 2009, quando a necessidade do diploma foi abolida, a profissão vestiu sua camisa de “dispensável” e “dispensada” – sem querer ofender a classe, pelo contrário. Hoje em dia, qualquer um se diz jornalista – assim como qualquer um se diz DJ, cozinheiro, ator, cantor, até comediante virou “feira”! E nós sabemos que nem todo mundo tem talento pra escrever… Talvez o desafio de chegar até a profissão seja algo que qualifique a pessoa, que a faça provar que sim, ela pode trabalhar com comunicação social, pode exercer uma função fundamental na estrutura da sociedade – e não digo isso pra preencher espaço, é a mais pura verdade.

A informação é algo precioso, ultrapassa as barreiras da mentira e da expectativa, emite a verdade com traquejos variados que tomam forma na concepção do informado. Transmite sabedoria, igualdade, aprendizagem… É o tesouro mais importante do mundo, simplesmente por ultrapassar o limite do tato. Está na audição, no olfato, no paladar, na visão… Explora os cinco ou seis sentidos que tanto são citados. Está no meio de nós como um monstro visível de poder invisível, com força suficiente para transformar épocas, cidades, estruturas, pessoas… É explorada como ouro – e assim como a tal pedra, é falsificada, é rebaixada, isolada, chegando a se esconder dos que não sabem usá-la de forma consciente. É respiração, inspiração… E isso não é forma poética de descrição. Sim, nós respiramos informação, nos inspiramos ao descobrir um fato, uma notícia. A informação pode destruir barreiras e construir outras… Ora, mil facetas em um fato. Isso sim é interessante.

O meu maior medo em seguir carreira como jornalista é ser esquecida em um jornal de bairro, parar no tempo e ver todo um trabalho que sim, contará com tamanha dedicação da minha parte, se esvair pelos meus dedos. Mas é isso: amo escrever, amo perguntar, amo ter o que responder, amo discutir, amo anunciar, amo formar opiniões, amo ler! Mas é olhar a relação candidato-vaga das faculdades e se perder nos números quase iguais aos de medicina. Sim, ser jornalista no Brasil não é pra qualquer um – e não é mesmo.

Rafael Cortez (esse mesmo) me disse uma vez que não devo desistir, mesmo com esses obstáculos e com tanta desvalorização. Todos querem ser jornalistas, mas nem todos sabem o que é ser jornalista. É bem mais que aparecer na frente de uma câmera e falar baboseiras. É bem mais que contar quem é o amante da vilã da novela das oito numa coluna de jornal. Ora, é bem mais que entrevistar a Lady Gaga no Japão ou o Paulo Coelho em NY. Ser jornalista em qualquer lugar do mundo é lidar com verdades e mentiras, é peneirar fatos tentadores, é se equilibrar em cordas-bambas de opiniões suas e dos outros, é escolher lados ou ficar sempre no meio da estrada. Ser jornalista não é lidar com o público; isso é pra artista. A arte da informação é a mais simples que existe: é a verdade. Mas sempre tem um marqueteiro que incrementa com mentiras, fazendo com que essa arte torne-se algo mais complicado na mão de quem a executa. E como o Rafa disse, a desvalorização existe sim, mas é só um truque; como outros mil da profissão. Não é fácil lidar com a verdade, eu já disse. E o trabalho do jornalista é esse mesmo: lidar, anunciar e um extra: opinar de forma coerente e concisa. É mesclar a conscietização com a comunicação… ô coisa bonita, hein!

Portanto... Desistir ainda não é uma opção plausível.

(Esse papo ainda não acabou, hein!)

#Descodificada.

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