sábado, 6 de abril de 2013
A farsa da descodificada
domingo, 23 de dezembro de 2012
Tudo clean
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Medos e bocejos
2 horas da manhã. Nos meus dedos, o frio teclado digital do tablet - frio porque não sinto a profundidade do teclado do computador, sinto apenas uma tela que ficará manchada pelas minhas digitais. Já bocejei, já despertei, já bocejei de novo e dou meu mindinho do pé para não despertar mais uma vez. De repente, dei pra pensar nos meus medos, tão exaustivos e superficiais - como eu.
Tenho medo de ver o dia amanhecer. Não que eu não goste do sol, pelo contrário. Não gosto é de perceber que encarei dois ou mais dias seguidos sem sonhar durante a noite. Uma sensação de que atravessei o tempo. Ou seja, um medo poético - pura frescura.
Não, não tenho medo de avião. É só não tocar mamonas dentro do bicho que eu fico bem. Simples assim.
Meu maior medo no momento? De elevador. Não gosto de caixas - nem que sejam de sapato. Não que eu seja claustrofóbica, mas a possibilidade de ficar presa em um lugar escuro entre um andar e outro não é nem um pouco legal. Mas preciso superá-lo, afinal não quero ser uma adulta problemática. Com os pensamentos ligados no modo madrugada, imagino que, a qualquer momento e em qualquer lugar, posso ficar presa e no escuro - não só em elevadores. Aliás, eles não tem culpa de nada, são bichos tão inteligentes quanto aviões ou computadores - a maluca sou eu. Pronto, o medo virou solidariedade.
Tenho medo de insetos. Qualquer animal que voe me preocupa - até mesmo pilotos imbecis. Digo isso porque sei que eu pudesse voar, faria merda. Imagine um animal mil vezes menor que eu? Bom, ainda bem que Deus não deu asas à cobra. Melhor assim.
Tenho medo de brigas. Qualquer briga. Morro de medo de quem desliga o motor da consciência e joga merda no ventilador. De quem não sabe usar a matemática do bom senso e não mede suas palavras. Seres humanos nervosos são piores que bombas nucleares.
Tenho medo de outras coisas que o sono não me permite lembrae. Mas medos são tão ridículos... assim como a vida, cartas de amor e redes sociais. Ruim com eles, pior sem eles. Será?
Não despertei. Acho que vou arrancar meu mindinho e oferecê-lo a Morfeu.
(Ouçam summer breaze, jason mraz)
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Os sentidos da madrugada
A madrugada, sem sombra de dúvidas, é a hora mais envolvente do dia (ou da noite, sei lá). A manhã é chata, tem um hálito péssimo, é remelenta, entediante. A tarde? Pior ainda. Você almoça e não pode tirar uma soneca ou porque trabalha ou porque se tortura com a ideia de não ter sono à noite. A noite é cansativa, tem novela das oito, tem bocejo, tem cheiro bom que vem da casa do vizinho enquanto você não sabe o que vai fazer pra comer. Aí você acorda no meio da noite - na madrugada - e... Merda! Perdi o sono. Vou ter que ver o Corujão.
Mas a madrugada tem seu valor. É loucamente humana, insensata. Detém toda a criatividade que move a gente. Pare pra pensar: a madrugada também tem os cinco (ou seis) sentidos que nos dominam. Xô te explicar.
Você toca as teclas do controle remoto ou do computador com ternura. Ou toca violão com cuidado pra não acordar ninguém. Ou toca sua pele e tenta sentir suas espinhas ou rugas. Ou toca seus cabelos e fica admirada com o estado maravilhoso em que eles se encontram. E antes que vocês pensem bobagem, vamos parar por aqui.
Você sente um cheiro gostoso de sereno. Ou o cheiro da pipoca pra ver o tal do Corujão. Ou sente o cheiro do perfume de alguém que foi embora. O cheiro de terra molhada, de despudor, de melancolia. É.
Você vê filmes, shows. Ou lê um livro. Ou vê uma foto e sorri - ou, na maioria dos casos, chora. Você vê seus sorrisos ou lágrimas tatuados no espelho. Você se assusta consigo mesmo - ou com o mundo que vai despertar daqui a duas horas.
Você sente o gosto do leite morninho pro sono voltar. Ou o gosto de um beijo gostoso que ganhou um dia desses ou há muito tempo. O gosto das sobras do almoço ou do jantar. O amargo gosto da solidão da madrugada. O gosto do chocolate pra controlar a ansiedade. O gosto do cansaço. O gosto da vitória que vem com o fracasso.
Você ouve uma canção que te faz dançar. Ou a voz daquele que foi embora e podia voltar. Ou o eco da sua própria voz invadindo a sala de estar. Ouve o despertador que vai tocar daqui a pouco - e você estará derrubado no sofá, depois de uma noite mal dormida. Você ouve seus medos gritarem dentro de você - medo de avião, de elevador, de ver o amanhecer. Você ouve os fantasmas que fazem o silêncio. Você não ouve mais nada.
Você prevê o dia que vai chegar. Faz planos, sonha com os olhos abertos, se perde nas próprias aventuras. Tenta boicotar o destino, o que já está escrito - você não acredita em destino. Você se vê daqui a dez, cem, mil anos - em outra casa, com outras pessoas, vivendo outras vidas, sendo quem é agora, sendo outra pessoa, sendo uma abelha, sendo um leão. Você faz um resumo de tudo que já viveu - e chora, e ri, e se arrepende, e grita, e cala, e boceja. Tá na hora de viver o que realmente virá. Tá na hora de dormir pra acordar. Não espere a mamãe mandar.
Um bom sono pra você e um alegre despertar.
(Ouça O silêncio das estrelas, Dudu Falcão)
domingo, 2 de dezembro de 2012
A arte do desapontamento
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Traduções
(Ouça Linda Rosa, Maria Gadú)